Queria ter posto um pouco mais de empenho na busca, mas ficarei com alguns aforismos, máximas, adágios não-populares, preceitos que se auto-destroem, axiomas que precisavam ser demonstrados - ou seja lá qual for o raio de sinônimo pelo qual venham a pretender chamar as proposições breves - extraídos de Além do bem e do mal, em que Friedrich Nietzsche compõe um capítulo somente com essas sentenças "intempestivas" e "extemporâneas".
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Os dois primeiros versam sobre o assunto que popularizou a obra de Nietzsche: sua relação com Deus e com a religiosidade.
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É com seu próprio Deus que as pessoas são mais desonestas: não lhe é permitido pecar.
É com seu próprio Deus que as pessoas são mais desonestas: não lhe é permitido pecar.
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"Como? Isto não significa, falando de modo popular: Deus está refutado, mas o Diabo não?" Pelo contrário, meus amigos! E, com os diabos, quem os obriga a falar de modo popular?
"Como? Isto não significa, falando de modo popular: Deus está refutado, mas o Diabo não?" Pelo contrário, meus amigos! E, com os diabos, quem os obriga a falar de modo popular?
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Um rebate à crítica. Comentário no jornal dobrado do domingo amarrotado, depois de tomar café, provavelmente.
Um rebate à crítica. Comentário no jornal dobrado do domingo amarrotado, depois de tomar café, provavelmente.
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Este aqui..., é no mínimo curioso.
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Foi uma sutileza que Deus aprendesse grego quando quis se tornar escritor - e que não o aprendesse melhor.
Foi uma sutileza que Deus aprendesse grego quando quis se tornar escritor - e que não o aprendesse melhor.
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Talvez Nietzsche, como filólogo que era, estivesse traduzindo algum fragmento original da Bíblia em grego quando fez este apontamento. Se é isso, foi o Espírito Santo que o fez reconhecer essa fragilidade dos textos divinos na língua de Platão.
Talvez Nietzsche, como filólogo que era, estivesse traduzindo algum fragmento original da Bíblia em grego quando fez este apontamento. Se é isso, foi o Espírito Santo que o fez reconhecer essa fragilidade dos textos divinos na língua de Platão.
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Objetividade é um valor absoluto incapaz de recolher aquilo que se pretende ser a verdade. Aos que o defendem:
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Uma coisa que se esclarece deixa de nos interessar. - Que queria dizer o deus que aconselhou: "Conhece a ti mesmo"? Isto significava talvez: "Deixa de interessar-te por ti! torna-te objetivo!" - E Sócrates? - E o homem científico? -
Uma coisa que se esclarece deixa de nos interessar. - Que queria dizer o deus que aconselhou: "Conhece a ti mesmo"? Isto significava talvez: "Deixa de interessar-te por ti! torna-te objetivo!" - E Sócrates? - E o homem científico? -
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Tão frio, tão glacial, que nele queimamos os dedos! Toda mão se sobressalta ao tocá-lo! - E justamente por isso muitos o tomam por ardente.
Tão frio, tão glacial, que nele queimamos os dedos! Toda mão se sobressalta ao tocá-lo! - E justamente por isso muitos o tomam por ardente.
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Em toda filosofia há um ponto no qual a "convicção" do filósofo entra em cena: ou, para falar na linguagem de um antigo mistério: adventavit asinus pulcher et fortissimus [chegou o asno belo e muito forte].
Em toda filosofia há um ponto no qual a "convicção" do filósofo entra em cena: ou, para falar na linguagem de um antigo mistério: adventavit asinus pulcher et fortissimus [chegou o asno belo e muito forte].
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Seria a convicção que arrefece outras possibilidades o realce de uma verdade?
Seria a convicção que arrefece outras possibilidades o realce de uma verdade?
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Para completar - e irritar as leitoras do blogue -, um comentário literário desse filósofo marrento, como certa vez o classificou um amigo meu:
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Das antigas novelas florentinas - e também da vida: "buona femmina e mala femmina vuol bastone" [boa ou má, a mulher quer bastão]. Sachetti, nov. 86.
Das antigas novelas florentinas - e também da vida: "buona femmina e mala femmina vuol bastone" [boa ou má, a mulher quer bastão]. Sachetti, nov. 86.
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Por alguma razão acho que algum tradutor no processo todo há-de se ter enganado..., afinal, também o texto de Nietzsche percorre caminhos similares aos de uma bíblia para chegar até nós...
Por alguma razão acho que algum tradutor no processo todo há-de se ter enganado..., afinal, também o texto de Nietzsche percorre caminhos similares aos de uma bíblia para chegar até nós...
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Inda inté!
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