sábado, 11 de abril de 2009

Regresso ao lar

Descupem por demorar tanto para escrever meu comentário...mas é que fiquei perdida ao dialogar com as tantas Pessoas de Fernando, mas consegui encontrar o que queria.
Pessoalmente, odeio Sonetos. Eles têm forma fechada, pouca expressão e não me dizem nada. Mas darei uma chance para Álvaro de Campos - um dos personagem de Fernando Pessoa.

"Há quanto tempo não escrevo um soneto
Mas não importa: escrevo este agora.
Sonetos são infância, e, nesta hora,
A minha infância é só um ponto preto,

Que num imóbil e fatal trajecto
Do comboio que sou me deita fora.
E o soneto é como alguém que mora
Há dois dias em tudo que projecto.

Graças a Deus, ainda sei que há
Quatorze linhas a cumprir iguais
Para a gente saber onde é que está

Mas onde a gente, ou eu, não sei...
Não quero saber mais de nada mais
E berdamerda para o que saberei."

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