sábado, 23 de maio de 2009

Na mesma insanidade

Das palavras nada lineares de Fernanda Leal é possível notar uma loucura ríspida, um pouco disfarçada pelas belas palavras, mas que ousa gritar mais alto do que se lê. Afinal, nada mais do que uma gritaria momentânea, embalada pelos curtos versos,e que incomodam muito quem ainda não aprendeu a enteder o indivíduo como único e solitário. Deleitem-se:

"Eclode minha terceira guerra
escombros,
mutilações,
verificações táteis,
ombros,
poeira,
cinzas,
gris.
E o mesmo céu azul."

E ainda neste patamar de anseios e esquizofrenia é que se aponta a mais "lúcida" das razões, ao se analisar os regrados e enclausurados homens do nada.

"Tenho medo dos que páram quando atravesso a rua".

Para alimentar estas desconexas ideias que compõem uma história de agravos e subjetividades, entrego-vos:

"Filetes nervosos, remédios paralisantes.
Anestesio o descontrole dos outros.
Mais um, por favor."

Sinto-me uma humana medíocre depois disto.

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