sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sobre orquídeas e valquírias

"Ela vestiu as suas velhas botas e andou
pegou sua arma sob a mesa e atirou na porta
mostrou-se importante diante da parede
e sorriu para a cama que ali estava.
Escutou pela última vez seu CD favorito e o quebrou.
Não gosta de falar por si só e não é a dona das respostas.

Achou que conseguiria quebrar o teto que estava acima.
Virou-se para a janela e deu seu último sorriso feliz
a tristeza é bem vinda agora.
Andou até as escadas que a levariam a porta das lembranças.

Lá fora estará melhor, pois o sol fará sombra e a chuva aquecerá.
Ela não lembra mais sobre sua vida...
Será que os antigos monstros não a farão mais feliz?
Um copo de água para matar a sede e um abraço para enxugar o suor.
O deserto de água possui ilhas de areia."

Por Jacson de Almeida

5 comentários:

Anônimo disse...

Apesar de gostar de Pablo Neruda e Mario Quintana, adorei a iniciativa da publicar poesias de um poeta joinvilense.

As poesias do Jacson estao cada vez melhores.

Talvez um dia paramos de olhar para traz e prestigiamos a nova geração de escritores, pois do velho a gente já sabe.

Gisele Krama disse...

É uma menção direta sobre a solidão. A garota e suas coisas, e ninguém mais.
Tudo o resto são valores e coisas que se modificam e fogem do controle dela.
Esse fugir do controle é um modo de manipular as coisas. Ser triste para forçar a felicidade. Ou algo mais.

Sidney Azevedo disse...

Saudações a todos!

Instante agônico o de querer estar dono das repostas e descobrir-se nulo por não haver respostas. A tristeza transitoriamente continua, e indefinida não há!

O deserto de gente tem calos de areia.

Inda inté!

Hélio Costa disse...

Santas respostas ou atendoras dúvidas? Poucas linhas de agonia presente. Forte e poetico.

O Cicloísta disse...

A procura por respostas apenas um subterfúgio para achar novas perguntas, a expressão da agonia e da suposta redenção.

Belo enlace.