quinta-feira, 28 de maio de 2009
Enfoque
quarta-feira, 27 de maio de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Na mesma insanidade
"Eclode minha terceira guerra
escombros,
mutilações,
verificações táteis,
ombros,
poeira,
cinzas,
gris.
E o mesmo céu azul."
E ainda neste patamar de anseios e esquizofrenia é que se aponta a mais "lúcida" das razões, ao se analisar os regrados e enclausurados homens do nada.
"Tenho medo dos que páram quando atravesso a rua".
Para alimentar estas desconexas ideias que compõem uma história de agravos e subjetividades, entrego-vos:
"Filetes nervosos, remédios paralisantes.
Anestesio o descontrole dos outros.
Mais um, por favor."
Sinto-me uma humana medíocre depois disto.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Sobre orquídeas e valquírias
pegou sua arma sob a mesa e atirou na porta
mostrou-se importante diante da parede
e sorriu para a cama que ali estava.
Escutou pela última vez seu CD favorito e o quebrou.
Não gosta de falar por si só e não é a dona das respostas.
Achou que conseguiria quebrar o teto que estava acima.
Virou-se para a janela e deu seu último sorriso feliz
a tristeza é bem vinda agora.
Andou até as escadas que a levariam a porta das lembranças.
Lá fora estará melhor, pois o sol fará sombra e a chuva aquecerá.
Ela não lembra mais sobre sua vida...
Será que os antigos monstros não a farão mais feliz?
Um copo de água para matar a sede e um abraço para enxugar o suor.
O deserto de água possui ilhas de areia."
Por Jacson de Almeida
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Vem aí a 4ª edição do Prêmio Viva Leitura
Serão avaliados a originalidade dos trabalhos, os resultados efetivos e o potencial de impacto, além dos recursos utilizados, a duração e a abrangência do projeto. As inscrições podem ser feitas no site www.premiovivaleitura.org.br até o dia 24 de julho.
Novos leitores
Acabei de receber um e-mail da CBL, isso mesmo, CBL(Câmara Brasileira do Livro) divulgando dados de uma pesquisa que aponta as crianças como maior público de leitores do Brasil. Você aí, que está vendo este blog, se não consegue ler mais do que 6 livros por ano, tenho uma péssima notícia para te dar: você lê menos do que uma criança de dez anos. Realmente, os pirralhos estão apavorando. Confira o texto enviado pela CBL.
Crianças são o principal público leitor do país
As crianças são o principal público leitor no Brasil de hoje. Pelo menos, é o que demonstra um levantamento coordenado pelo Observatório do Livro e da Leitura (OLL), com base nas estatísticas reunidas na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, publicada em 2008.
A pesquisa foi elaborada ao longo de 2007, com base nos depoimentos de 5.012 pessoas ouvidas em todo o País.
Isso significa que os dados não são inéditos, mas a maneira de interpretá-los, sim. Como o OLL selecionou especificamente as informações relacionadas ao hábito de leitura das crianças, as conclusões obtidas são as seguintes:
Crianças de 5 a 10 anos - Leem em média 6,9 livros por ano, e 51% delas o fazem por prazer. Crianças de 11 a 13 anos - Leem em média 8,5 livros por ano, e 55% delas o fazem por prazer.
Outras informações relevantes são destacadas. Uma delas diz respeito à maneira como os livros chegam às mãos dos pequenos: a biblioteca é o principal meio de acesso aos livros, atendendo 38% do público de 5 a 10 anos e 49% dos maiorzinhos (11 a 13 anos).
A importância de dar o exemplo também é destacada. Dois em cada três leitores adultos se recordam dos pais ou adultos envolvidos com livros em casa, enquanto aqueles que se criaram em lares pouco afeitos à leitura nunca desenvolveram o hábito.
Você sabe por que o maior prêmio de literatura do Brasil se chama Jabuti?
E o Jabuti não perde o ritmo...
A escolha do Jabuti para simbolizar o principal prêmio literário do Brasil foi feliz em inúmeros aspectos: o animal é tipicamente brasileiro, tem fama de sábio nas tradicionais histórias indígenas e personifica a longevidade.
No entanto, o jabuti é bicho vagaroso, e nesse aspecto ele se diferencia bastante do Prêmio para o qual empresta o nome.
Em seus 50 anos de existência, o Jabuti nunca parou de crescer. A cada edição, mais e mais obras são inscritas. O desempenho das últimas três décadas é o que mais impressiona: de 1980 a 1990, o número de inscrições praticamente dobrou, e de 1990 pra frente, o Jabuti deslanchou de vez, chegando aos 1500 inscritos em 1999.
No ano de 2003, foi a vez do Prêmio ultrapassar as duas mil inscrições, e em 2008, chegou a 2300, com a participação de 90 editoras.
Esses números ganham ainda mais força e sentido levando-se em conta que as editoras aumentaram a quantidade de obras inscritas e, ao mesmo tempo, refinaram suas estratégias em relação ao Jabuti.
Muitas editoras continuam a inscrever livros em quase todas as categorias. Outras optaram por investir mais em menos, ou seja, mais obras em menos categorias, e algumas passaram a focar apenas algumas categorias, de modo a ampliar suas chances de premiação e, desse modo, reforçar o catálogo e as vendas.
Independentemente das estratégias, uma coisa é certa: com 51 anos de idade, o Jabuti é um exemplo de força, longevidade e vigor!
Fonte: Câmara Brasileira do Livro
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Prêmio Jabuti de Literatura
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Preço único de livros
Bisbilhotando o site do Ministério da Cultura (Minc), deparei-me com um release interessante na sala de imprensa. Há uma proposta rolando na Câmara dos Deputados para fazer um preço único dos livros no Brasil. Ou seja, a obra que custa R$ 10 no Acre vai ter que ser vendida pelo mesmo preço no Rio Grande do Sul.
Como todo o projeto que envolve dinheiro, já vieram várias classes protestaram. O Sindicato Nacional de Editores de Livros se manifestou contrário à medida. O interessante é ressaltar que por enquanto as lojas e revendoras de livros não se posicionaram. Somente as editoras é que reclamaram do assunto.
Um dos principais problemas que pode, ou vai, boicotar o projeto é a diferença de ICMS entre os estados. No Nordeste, por exemplo, é de 7% e em Santa Catarina, 17%, maior imposto do Brasil. A situação de incompatibilidade tributária provavalmente vai frustar as "boas intenções" do Ministério da Cultura.
E você, o que acha disto? O preço do livro está realmente caro? Prefere comprar em Sebos em vez de livrarias?
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Procura-se um poeta
As inscrições vão até 21 de maio. Mais informações no site www.flip.org.br
E por falar em concurso, bem que poderíamos fazer uma mostra com escritores de Joinville ou do universo Ielusc. Algo que fosse do bizarro ao sensacional. Prometo pensar em algo...
sábado, 9 de maio de 2009
Obras e prêmios de Bell
Os Ciclos. São Paulo: Massao Ohno, 1964
Convocação. São Paulo: Brasil, 1965.
Curta Primavera. São Paulo: Brusco, 1966.
Tarefa. São Paulo: Papyrus, 1966.
Antologia Poética de Lindolf Bell. São Paulo: União, 1967.
Antologia da Catequese Poética. T. Paulista. São Paulo, 1968.
As Annamárias. São Paulo: Massao Ohno, 1971.
Incorporação. São Paulo: Quiron, 1974.
As Vivências Elementares. São Paulo: Massao Ohno/Roswitha Kempf, 1980.
O Código das Águas. São Paulo: Global, 1984.
Setenário. Florianópolis: Sanfona, 1985.
Texto e Imagem. Oficinas de Arte. Florianópolis, 1987.
Pré-textos para um fio de esperança. BADESC. Florianópolis, 1994.
Iconographia. Editora Paralelo: 1993.
Requiem. Oficinas de Arte. Florianópolis, 1994.
Prêmios recebidos:
Prêmio Governador do Estado, em 1983, São Paulo.
Prêmio de Poesia, pelo livro Código das Águas, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1984, São Paulo. (Dados obtidos no site do autor e no do Itaú Cultural)
Fonte www.releituras.com
O poeta de Santa Catarina
Publicou seu primeiro livro de poesia, Os Póstumos e as Profecias, em 1962. Participou de diversos eventos: na Expressão de Novos Poetas, com poemas-murais, na biblioteca paulistana Mário de Andrade; do Movimento da Catequese Poética; foi autor do roteiro cinematográfico A Deriva para o filme experimental de Juan Seringo; declamou poemas no Show Contra, no Teatro Ruth Escobar, São Paulo SP. Em 1968, viajou para os Estados Unidos, onde integrou o grupo brasileiro no International Writing Program, na Universidade de Iowa. No seu retorno, passou a viver em Blumenau, onde foi professor de História da Arte na Fundação Universidade Regional. Participou na I Pré-Bienal de São Paulo, em 1970, com poemas-objetos.
O autor faleceu no dia 10 de dezembro de 1998, na cidade de Blumenau (SC).
Fonte http://www.releituras.com
terça-feira, 5 de maio de 2009
Receituário de uma boa crítica
Um simples diário de viagem. É coisa pouca de se levar como bagagem. Mesmo que em uma rima inexpressiva e incômoda se encontre com o pesado fardo da imaginação.
"Uma das mais debochadas e irônicas críticas é um diário de viagem! Como é possível em meio a tantas epopéias, a não sei quantos trovadores, a condições tão mais ilustrificadas da literatura sobressair-se um diário de viagem, e pior: um diário de bordo? Como fica nosso ilustre Morus?"
Pois é. Os críticos de literatura da Inglaterra do século XV usavam exclamações como estas para demonstrar sua indignação com Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift. Os irlandeses, conterrâneos do autor, só podiam uma coisa: rir-se.
Mas é preciso lembrar que trovadorismo é obra de menestréis populares, exatamente como hoje nos é ofertada a literatura de cordel do Nordeste, as quadras populares de Portugal, e como poderiam ser as infelizmente extintas quadrinhas de riso do Vale do Itapocu..., e que mesmo epopéias já foram simples cantigas populares. Outro detalhe: Morus, crítico sisudo do sistema econômico e político inglês, não usava de sua formação de advogado para fazer literatura, mas sim para fazer demonstrações retóricas, às vezes como transcrição de diálogos ocorridos na vida real.
Mas não é difícil ver que a reacção dos críticos ingleses a Swift seria a mesma de um brasileiro que lê o português europeu escrito ou a de um português ao ler a "última flor do Lácio, inculta e bela" americanizada.
Alguns trechos de Viagens de Gulliver, de Swift, para se poder entender a reação dos críticos.
Da política:
"Certo dia resolveu o imperador levar-me para assistir a um espetáculo muito divertido e apreciado em Lilipute, no qual realmente os habitantes lá são verdadeiros mestres.
A diversão, praticada somente pelos que pretendem altos cargos na corte, é a seguinte: dar pulos e saltos mortais equilibrando-se em uma corda bamba bem afastada do solo. Apesar de ser uma arte perigosíssima, pois, ante qualquer descuido, o infeliz despenca e pode quebrar os ossos, mesmo assim é praticada desde a juventude pelos liliputianos dotados de ambição.
Quando algum alto posto na corte fica vago por demissão ou morte de seu dono, apresentam-se imediatamente cinco ou seis ambiciosos ao imperador: estende-se então uma corda meio frouxa e um por um dança e pula até cansar. O que pular mais alto e fizer mais acrobacias sem cair obtém o cargo."
Das leis:
"Em Brobdingnag, nenhuma lei pode exceder em palavras o número de letras do alfabeto local, que são apenas vinte e duas. Escritas de forma clara e simples, não há perspicácia que consiga descobrir nelas mais de uma interpretação."
"[O rei de Brobdingnag sobre as Câmaras inglesas] - Tais lordes conhecem em profundidade as leis do país? Estão livres da avareza , da parcialidade e das necessidades? A meu ver, só assim resistirão ao suborno pelo qual são provavelmente tentados."
Da religião
"[Ainda o rei de Brobdingnag] Quanto aos santos varões de que falou - os bispos -, nunca serviram simplesmente aos interesses políticos de algum nobre ou foram tolerantes com as baixezas da aristocracia?"
Da ciência
"O primeiro desses sábios que visitei [na academia de Lagado] era magro, tinha cabelos e barbas compridos e desgrenhados, mãos sujas e roupa sapecada em vários pontos. Suas calças, camisa e pele eram todas da mesma cor.
Havia oito anos que estudava um projeto para extrair raios de sol dos pepinos.
'É assim - explicou-me, coçando vigorosamente a cabeça - : colocam-se os pepinos em redomas hermeticamente fechadas, mantendo-as no ar livre nos verões mais crus e abrasadores. Sinto a cada dia uma concentração maior de calor e não duvido de que, dentro de uns oito anos, poderei fornecer luz solar aos jardins do governador a um preço razoável.'"
Do comportamento
"[Gulliver explica a bebedeira para seu amo cavalo Houyhnhnm] Trazemos vinho dos outros países não porque nos falte água ou mesmo outras bebidas, e sim porque o vinho afasta as idéias tristes, tornando-nos alegres; produz mil fantasias no cérebro, expulsa nossos temores e fortalece a esperança, amortecendo o raciocínio até apagá-lo por completo durante algum tempo. Caímos então num sono profundo, do qual, é bem verdade, acordamos indispostos e desalentados. O uso continuado dessa bebida nos enche de doenças e torna nossa vida breve e incômoda".
E Viagens de Gulliver ainda é, para muitos, literatura infantil, ora essa!
segunda-feira, 4 de maio de 2009
China na FLIP
Fonte: Site da FLIP.
domingo, 3 de maio de 2009
Ielusc na FLIP
Para os joinvilenses que não querem perder a excursão, devem entrar em contato com a Manu no e-mail emanuellecarvalho@gmail.com
Lembrando que o prazo de inscrições é até terça-feira.
Fora isto, meu recado está dado. Não percam!Ah, Chico Buarque também estará na festa.
Hesse
O escritor nasceu na Alemanha, mas naturalizou-se suíço em 1923. Foi ganhador do prêmio Nobel de Literatura, em 1946, e no mesmo ano recebeu o prêmio Goethe.
Em suas obras, traz elementos espirituais baseados na experiência na Índia e da Psicologia Analítica, com um dos discípulos de Jung. Seus livros mais conhecidos são: Demian, Sidarta, O Lobo da Estepe e O Jogo das Contas de Vidro.
sábado, 2 de maio de 2009
Acontece
aí não havia ninguém
e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira
e transcorreu comigo, ninguém.
Nunca me esquecerei daquela ausência
que entrava como Pedro por sua causa
e me satisfazia com o não ser,
com um vazio aberto a tudo.
Ninguém me interrogou sem dizer nada
e contestei sem ver e sem falar.
Que entrevista espaçosa e especial!"
Pablo Neruda
Porque as conversas mudas, as solidões e os silêncios dialogam entre si.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Um cordel para a noite
Dizem que uma Sombra escura
com duas Pontas na testa,
por onde o Donzel caminha,
ao lado, se manifesta.
Desde a Cadeia onde o Moço
na Morte foi sepultado,
esta Sombra cornipeta
caminha sempre a seu lado.
Como irmã-de-caridade
seguindo o jovem Defunto,
o Carcará de chavelhos
vai sempre ao Mancebo junto.
O Doutor, luz verde-escura
da Cidade dos Pés Juntos,
Lampra acesa dos Jazigos,
fogo-fátuo dos Defuntos.
O Donzel, estrela errante,
facho dos Lumes eternos,
ouro do Sol, Desafio
às negras chamas do Inferno.
O Doutor, vela de sebo,
sinal dos Magos errôneos,
Lume lúgubre da Morte,
lampadário do Demônio.
O Donzel, lustre e Candeia
que o Sol do sangue espadana,
carne cravada de Estrelas,
Coroa da raça humana!
Amador Santelmo (Vida, Aventuras e Morte de Lampião e Maria Bonita)
Creio em Getúlio Vargas todo-poderoso,
Criador das leis trabalhistas
Creio no Rio Grande do Sul e no seu filho
Nosso patrono, o qual foi concebido
Pela Revolução de 30
Nasceu de uma Santa Mãe
Investiu sobre o poder de Washington Luís
Foi condecorado com o emblema da República
Desceu ao Rio de Janeiro ao terceiro dia
Homenageou os mortos, subiu ao Catete
E está hoje assentado em São Borja
De onde há de vir e julgar
O general Dutra e seus ministros
Creio no seu retorno ao Palácio do Catete
Na comunhão dos pensamentos
Na sucessão do presidente Dutra
Por toda a vida,
Amém.