quinta-feira, 4 de junho de 2009

Esquivo

Porque sou ente?

Deixo correrem as sombras de dentro para fora de casa. Deixo choco o café para amanhã. Decidi não ter o direito de sorvê-lo quente, como todos fazem. Privo-me então, por companhia, do açúcar. E age o vento lá, a correr sem ter porque.

Sidney de Azevedo
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Deixo que minha voz sem corpo seja emitida. Aguá seca a escorrer mergulha entre meus olhos. Privo-me da carne antes farta. A cama aprisiona-me. Curta chuva de domingo. E eu sem gazua.

Jacson de Almeida

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Deixo que as palavras me prendam. Libertam-me enquanto sentem.
Mais humanas do que as sombras e mais cruéis do que o sol.

Gisele Krama

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